Química
ETA - Estação
de Tratamento de Água
Estações
de Tratamento de Água
Como sabemos,
poucos são os mananciais dos quais podemos consumir a água
em seu estado natural, sem que haja nenhum tipo de tratamento (sempre
é necessária, no mínimo, a adição
de cloro para desinfecção).
Abaixo estão descritos os principais processos de tratamento
de água para consumo humano que ocorrem numa Estação
de Tratamento de Água.
Como funciona uma ETA:
Uma Estação
de Tratamento de Água - ETA, geralmente, é instalada quando
a água bruta utilizada por uma população, especialmente
nas grandes cidades, é imprópria para o consumo humano.
A ETA é instalada o mais próximo possível do manancial,
que em geral é um rio, necessitando, muitas vezes, de uma Estação
Elevatória para bombear a água até a entrada da
ETA.
Logo na entrada há um sistema de gradeamento que tem a finalidade
de deter os materiais flutuantes de maiores dimensões, evitando
o desgaste e destruição dos equipamentos à jusante.Nesta
fase há a adição de alguns produtos afim de facilitar
a floculação, que ocorrerá posteriormente, além
da adição de cal.
Logo após o gradeamento, geralmente ficam os desarenadores que
detém a areia afim de evitar a abrasão dos equipamento
pospostos.
A etapa seguinte é a floculação, na qual os materiais
maiores em suspensão que não tem densidade suficiente
para precipitar no fundo do reservatório, se agrupam em flocos
maiores e serão assentados no próximo passo.Através
da casa de química são adicionados produtos que facilitam
esse processo (em geral, adiciona-se Sulfato de Alumínio). Há
um mecanismo para manter turbulência suave facilitando a agregação
das partículas.
Após a floculação, a água é transferida
para os decantadores. A matéria em suspensão vai se depositando
pela ação da gravidade. É necessário agora
que a água seja tranqüilizada afim de facilitar a precipitação
dos materiais no fundo do decantador. Para isso existem tanques de decantação
que possuem o fundo inclinado para facilitar a descarga.
O tempo de detenção é calculado afim de haver uma
boa e quase total deposição de materiais.
O período teórico de detenção de um decantador
é igual ao volume do tanque dividido pela vazão. Entretanto,
vento, temperatura da água, e outros fatores influenciam na deposição.
O período de escoamento é sempre inferior ao teórico.
Geralmente adota-se como tempo normal de passagem da água no
decantador, 4 horas. Com a acumulação do lodo é
necessária a lavagem do decantador, pois pode começar
a ocorrer a putrefação que desprende gases, os quais provocam
odor e sabor na água efluente da estação.
A seguir, a água é transferida para os filtros.Os filtros
são de areia sustentada por camadas de seixos e pedras maiores
onde ocorre: remoção de materiais em suspensão
e substâncias coloidais; redução de bactérias;
alteração das características da água, inclusive
químicas.
Durante a filtração ocorre fenômenos como: a ação
mecânica de coar; sedimentação de partículas
sobre os grãos de areia; floculação de partículas
que estavam em formação; formação de película
gelatinosa na areia, promovida por microorganismos que aí se
desenvolvem.
Com o tempo há a colmatação do filtro, ou seja,
entupimento dos poros impedindo a infiltração. Aumenta
a perda de carga, retardando e dificultando o processo de tratamento.
Por isso devem ser lavados com a inversão de corrente. A água
é introduzida de baixo para cima. A areia do leito filtrante
deverá ser posta em suspensão ou expansão na água
usando a sua velocidade ascencional, sem deixar carregá-la para
a calha de coleta de água de lavagem. Após a filtragem
a água segue para os reservatórios, sempre em canalização
fechada, pois já está, praticamente, tratada.
A última fase, antes da distribuição da água
para a rede, é chamada fase de potabilidade e engloba várias
etapas realizadas de modo a tornar a água própria para
o consumo humano, industrial, agrícola, etc.
Em geral,
no Brasil, usa-se apenas o cloro e seus compostos (abastecimento público)
e, as vezes, luz ultra-violeta. Entretanto, pode-se utilizar, pela ordem:
cloro, ozona, luz ultra-violeta, íons de prata. A eficiência
depende de vários fatores: natureza e concentração
dos desinfetantes; tempo de contato; características físico-químicas
da água; temperatura da água; pH; natureza e
concentração dos organismos a serem destruídos;
homogeneização.
Deve haver a manutenção, limpeza e desinfecção
constantes dos reservatórios.
Durante esta fase de potabilidade também é feita a correção
do pH, geralmente com adição de cal que já foi
introduzido no início do processo de tratamento, mas através
de análises em laboratório pode ser adicionado novamente.
O controle do pH é feito afim de evitar a corrosão do
encanamento. O controle da dosagem de cal é necessário
para evitar corrosão/incrustação excessiva.
É necessário, ainda, fazer o abrandamento da água,
diminuindo a dureza. A dureza é causada principalmente pelo cálcio,
magnésio, sulfatos, cloretos e nitratos. O abrandamento pode
ser feito por aquecimento ou aplicação de hidróxido
de cálcio.
Neste caso a solução mais barata é a redução
temporária da dureza por cal.
Para completar o processo de tratamento, há uma série
de análises de rotina.
É necessário conhecer e controlar a temperatura da água,
pois informa com segurança sobre o tratamento, a fluoretação,
a cloração e a interrelação entre tratamento
de água e temperatura.
A cor é devida à existência de substâncias
coloridas em solução, na grande maioria dos casos, de
natureza orgânica ou devido a emulsóides.
Já a turbidez é decorrente de sólidos suspensos,
finos ou em estado coloidal, e de microorganismos.
Também deve ser analisado constantemente o pH, como descrito
anteriormente.
A partir desta fase está completo o processo de tratamento e
a água armazenada nos reservatórios é distribuída
para a rede pública.
Todos gostariam de ter água potável sem nenhuma contaminação,
sem cheiro e bem clara. Porém, no seu estado natural, a água
raramente tem essas características. Por essa razão ela
é levada do manancial para a estação de tratamento.
O conceito de potabilidade implica o atendimento a padrões mínimos
exigidos para que a água a ser consumida não seja transmissora
de doenças aos seres humanos. Após o dimensionamento da
capacidade do manancial, é preciso construir uma Estação
de Tratamento, composta, principalmente, das seguintes etapas:
-
Coagulação e Floculação
-
Filtração
-
Desinfecção