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Química
Estação
de Tratamento de Esgoto - ETE
Esta pequena
descrição a seguir demonstra os principais passos do tratamento
do esgoto sanitário, limitando-se às águas residuárias
residenciais e comerciais, pois no caso do esgoto industrial o processo
é mais complexo e especializado.
Antes de tudo é necessário expor os três tipos básicos
de sistemas de esgotamento:
- Sistema unitário: no qual as águas residuárias,
as de infiltração e as pluviais escoam misturadas numa única
tubulação;
- Sistema separador parcial: no qual as águas residuárias,
as de infiltração e parte das águas pluviais (apenas
as que escoam em partes interiores impermeabilizadas das residências,
telhados, calçadas, etc.) escoam por uma tubulação
e, o restante das águas pluviais escoam por outra tubulação
separada;
- Sistema separador absoluto: no qual as águas residuárias
e as de infiltração escoam por uma tubulação
independente da tubulação de águas pluviais (sistema
de drenagem urbana).
Em São Paulo e na maior parte do Brasil, devido a grande impermeabilização
do solo gerada pela urbanização, o sistema mais utilizado
e quase que exclusivo é o separador absoluto.
Como funciona
uma ETE:
À princípio,
uma Estação de Tratamento de Esgoto - ETE, deve estar situada
nas proximidades de um corpo receptor, que pode ser um lago, uma represa,
ou um curso d'água qualquer. Em geral, o corpo receptor é
um rio.
O esgoto que chega na estação é chamado "esgoto
bruto" e escoa por um tubo de grandes dimensões chamado "interceptor".
A sequência de tubulações desde a saída do
esgoto das residências até a entrada na ETE é:
- tubulação primária => Recebe as águas
residuárias residenciais;
- tubulação secundária => Recebe contribuições
das tubulações primárias e outras de águas
residuárias das residências;
- coletor tronco => Além de receber as águas do coletores
secundários, pode receber eventualmente alguma contribuição
isolada residencial, sendo esta medida não aconselhável;
- interceptor => Este conduz o esgoto até a ETE e não
pode receber nenhuma contribuição individual no caminho.
Na entrada da ETE, geralmente existe uma Estação Elevatótia
que bombeia o esgoto para cima até o nível superficial onde
começa o tratamento.
O primeiro procedimento consiste em deter os materiais maiores tais como
galhos de árvores, objetos conduzidos e arrastados pelo caminho,
etc., os quais ficam presos nos sistemas de gradeamento que possui malhas
com espaçamentos diferentes em vários níveis.
A seguir o esgoto passa pelos desarenadores ou caixas de areia para a
retirada dos materiais sólidos granulares.O próximo passo
ocorre nos decantadores primários onde as partículas sólidas
sedimentam no fundo do tanque. Entretanto, algumas partículas são
muito pequenas e não possuem peso suficiente para precipitarem.
Por isso, geralmente na entrata da ETE, é adicionada uma substância
coagulante afim de unir essas partículas formando outras maiores
e mais densas que consigam sedimentar com seu peso próprio no decantador.
O tempo necessário para que haja a precipitação é
chamado tempo de detenção e é pré-determinado.
No decantador o movimento da água não deve ter quase que
nenhuma turbulência para facilitar a sedimentação.
Os sedimentos acumulados no fundo do decantador são denominados
"lodos" e são retirados pelo fundo do tanque, encaminhados
para adensadores de gravidade e digestores anaeróbios. Nestes digestores
as bactérias e microorganismos aeróbios consomem a matéria
orgânica constituinte do lodo. O material excretado é consumido
no fundo do tanque pelos microoganismos anaeróbios. Assim ocorre
uma diminuição do volume do lodo que pode ser encaminhado
para filtros prensa e câmaras de desitratação onde
ocorre uma diminuição ainda maior de seu volume e daí
é encaminhado para aterros sanitários ou como esterco para
agricultura . Nos digestores, durante o processo de oxidação
da matéria orgânica ocorre uma liberação de
gás que geralmente é reaproveitado como combustível,
muitas vezes para abastecer equipamentos da própria estação
de tratamento como, por exemplo, os secadores térmicos.
O consumo de matéria orgânica pelas bactérias é
medido através de um índice chamado DBO ou DBO-5. DBO é
a quantidade medida de oxigênio necessária para oxidar a
matéria orgânica contida em um litro de esgoto, num período
de 5 dias em estufa.
Em estações onde o tratamento primário é suficiente
o processo termina nesta etapa. No caso da necessidade do tratamento secundário,
o esgoto é levado do decantador primário para tanques de
aeração onde ocorre o tratamento por "lodos ativados"
que nada mais é do que a recirculação do lodo acumulado
no decantador secundário.
No decantador secundário há novamente a sedimentação
e, a seguir, a água já tratada é despejada no corpo
receptor, que, em geral, é um rio ou lago. O escoamento até
o corpo receptor é feito por uma tubulação denominada
emissário. Esta água pode também ser tratada numa
pequena estação de tratamento de água contruída
nas dependências da própria ETE, e ser reaproveitada para
lavagem das dependências físicas da estação
e seu abastecimento geral.
Fotos: www.saeituiutaba.com.br
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