MENU







 

 

História

Destinos das águas usadas


Chegamos, assim, a interface água tratada/água servida, que ocorre em todas as torneiras, chuveiros, tanques, etc. a água que está sendo utilizada é pura, potável e a que escoa pelos ralos está contaminada, não podendo mais ser utilizada e, além disso, deve ser recolhida, evitando-se o seu acúmulo em qualquer ponto onde certamente gerará doenças e condições insalubres de vida.
Por isso, os sistemas de captação de esgotos residenciais deve estar ligado aos coletores urbanos, uma rede de tubos que, também por gravidade, faz o escoamento das águas servidas até uma Estação de Tratamento de Esgotos. Surge o outro lado da questão: a água tão essencial à vida humana, que depois de um longo processo serviu aos seus propósitos, transforma-se em elemento perigoso à natureza e à própria saúde da população. Ao mesmo tempo, ela precisa seguir se caminho natural, e ser devolvida aos rios e ao mar. Chegamos, nesse ponto, a uma outra etapa fundamental no ciclo urbano da água. Deve-se retirar da água suas principais impurezas, e dar-lhe condições de ser devolvida aos rios sem contaminações prejudiciais a natureza.

ETA de Araras

Na água que seus cerca de 120.000 habitantes ingerem e usam para outros fins, Araras é tida como exemplar, pois, nossas águas são consideradas uma das mais puras para o consumo, o município de Araras possui toda uma estrutura para o seu tratamento.
Assim como em diversas cidades, em araras existe uma estação de tratamento de água ( ETA ), localizada no Jardim Cândida, AO LADO DA SEDE DO SAEMA ( Serviço de Tratamento de Água e Esgoto do município de Araras).
O abastecimento vem do rio Mogi-Guaçu e das barragens Hermínio Ometto e Antonio de Meneghetti, localizadas no município. A água bruta, vinda dos mananciais, vai até a central de tratamento, onde é toda bombeada e em seguida recebe uma dosagem de produtos químicos.
Para o tratamento da água, com já foi dito antes, esta passa por vários processos técnicos de tratamento, onde envolve o flocurador, o decantador, e filtros. Para finalizar a tratamento, após a filtragem e corrigido a quantidade de cloro e adicionado o flúor, concluindo assim o tratamento e ficando em condições adequadas para o consumo pela população.
A rede de distribuição da água possui cerca de quinhentos quilômetros espalhados por todo o município, com 32.720 ligações, somando as domiciliares, comerciais, industriais e públicas, que abastece totalmente a cidade.
A ETA trata cerca de 700 litros de água por segundo em Araras, durante 19 horas diárias, e possui um reservatório com capacidade para cerca de 18.550 metros cúbicos de água.
A população de Araras consome mensalmente cerca de 700 mil metros cúbicos de água.

Estação de Tratamento de Esgoto - ETE

Esta pequena descrição a seguir demonstra os principais passos do tratamento do esgoto sanitário, limitando-se às águas residuárias residenciais e comerciais, pois no caso do esgoto industrial o processo é mais complexo e especializado.
Antes de tudo é necessário expor os três tipos básicos de sistemas de esgotamento:
- Sistema unitário: no qual as águas residuárias, as de infiltração e as pluviais escoam misturadas numa única tubulação;
- Sistema separador parcial: no qual as águas residuárias, as de infiltração e parte das águas pluviais (apenas as que escoam em partes interiores impermeabilizadas das residências, telhados, calçadas, etc.) escoam por uma tubulação e, o restante das águas pluviais escoam por outra tubulação separada;
- Sistema separador absoluto: no qual as águas residuárias e as de infiltração escoam por uma tubulação independente da tubulação de águas pluviais (sistema de drenagem urbana).
Em São Paulo e na maior parte do Brasil, devido a grande impermeabilização do solo gerada pela urbanização, o sistema mais utilizado e quase que exclusivo é o separador absoluto.

Como funciona uma ETE

À princípio, uma Estação de Tratamento de Esgoto - ETE, deve estar situada nas proximidades de um corpo receptor, que pode ser um lago, uma represa, ou um curso d'água qualquer. Em geral, o corpo receptor é um rio.
O esgoto que chega na estação é chamado "esgoto bruto" e escoa por um tubo de grandes dimensões chamado "interceptor". A sequência de tubulações desde a saída do esgoto das residências até a entrada na ETE é:
- tubulação primária => Recebe as águas residuárias residenciais;
- tubulação secundária => Recebe contribuições das tubulações primárias e outras de águas residuárias das residências;
- coletor tronco => Além de receber as águas do coletores secundários, pode receber eventualmente alguma contribuição isolada residencial, sendo esta medida não aconselhável;
- interceptor => Este conduz o esgoto até a ETE e não pode receber nenhuma contribuição individual no caminho.
Na entrada da ETE, geralmente existe uma Estação Elevatótia que bombeia o esgoto para cima até o nível superficial onde começa o tratamento.
O primeiro procedimento consiste em deter os materiais maiores tais como galhos de árvores, objetos conduzidos e arrastados pelo caminho, etc., os quais ficam presos nos sistemas de gradeamento que possui malhas com espaçamentos diferentes em vários níveis.
A seguir o esgoto passa pelos desarenadores ou caixas de areia para a retirada dos materiais sólidos granulares.O próximo passo ocorre nos decantadores primários onde as partículas sólidas sedimentam no fundo do tanque. Entretanto, algumas partículas são muito pequenas e não possuem peso suficiente para precipitarem. Por isso, geralmente na entrata da ETE, é adicionada uma substância coagulante afim de unir essas partículas formando outras maiores e mais densas que consigam sedimentar com seu peso próprio no decantador. O tempo necessário para que haja a precipitação é chamado tempo de detenção e é pré-determinado. No decantador o movimento da água não deve ter quase que nenhuma turbulência para facilitar a sedimentação. Os sedimentos acumulados no fundo do decantador são denominados "lodos" e são retirados pelo fundo do tanque, encaminhados para adensadores de gravidade e digestores anaeróbios. Nestes digestores as bactérias e microorganismos aeróbios consomem a matéria orgânica constituinte do lodo. O material excretado é consumido no fundo do tanque pelos microoganismos anaeróbios. Assim ocorre uma diminuição do volume do lodo que pode ser encaminhado para filtros prensa e câmaras de desitratação onde ocorre uma diminuição ainda maior de seu volume e daí é encaminhado para aterros sanitários ou como esterco para agricultura . Nos digestores, durante o processo de oxidação da matéria orgânica ocorre uma liberação de gás que geralmente é reaproveitado como combustível, muitas vezes para abastecer equipamentos da própria estação de tratamento como, por exemplo, os secadores térmicos.
O consumo de matéria orgânica pelas bactérias é medido através de um índice chamado DBO ou DBO-5. DBO é a quantidade medida de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica contida em um litro de esgoto, num período de 5 dias em estufa.
Em estações onde o tratamento primário é suficiente o processo termina nesta etapa. No caso da necessidade do tratamento secundário, o esgoto é levado do decantador primário para tanques de aeração onde ocorre o tratamento por "lodos ativados" que nada mais é do que a recirculação do lodo acumulado no decantador secundário.
No decantador secundário há novamente a sedimentação e, a seguir, a água já tratada é despejada no corpo receptor, que, em geral, é um rio ou lago. O escoamento até o corpo receptor é feito por uma tubulação denominada emissário. Esta água pode também ser tratada numa pequena estação de tratamento de água contruída nas dependências da própria ETE, e ser reaproveitada para lavagem das dependências físicas da estação e seu abastecimento geral.