Neste item pretende-se caracterizar de maneira genérica as condições físicas do município de Araras, as quais propiciaram seu desenvolvimento econômico inicial através da agricultura, bem como, o traçado de sua área urbana.
Segundo a classificação de ALMEIDA (1974), que dividiu geomorfologicamente o Estado de São Paulo em cinco províncias, constata-se que a cidade está localizada na Depressão Periférica Paulista, em sua terceira subdivisão denominada Zona do Mogi-Guaçu.
A sua situação geográfica, conforme CHRISTOFOLETTI (1963), evidencia que: "A cidade de Araras está situada perto da borda ocidental da Depressão Periférica. Embora esta região natural do Estado de São Paulo não apresente grandes diferenciações morfológicas, é possível dividi-la em diversas paisagens ligadas ao fator pedológico. A Depressão Periférica é composta, na maior parte, por terrenos sedimentares páleo-mesozóicos (arenitos, folhelhos, siltitos etc.) que originam solos pobres. Na parte centro-ocidental desta região há uma área privilegiada pela ocorrência de amplas manchas de terra roxa, relacionadas a intrusões de sills. A ação erosiva denudando a cobertura sedimentar que os capeava, fê-los aflorarem e produzirem aquelas manchas de solos férteis. O município de Araras está situado nesta área, beneficiando-se desta riqueza pedológica. E a esta divisão pedológica que se torna necessária reportar quando se deseja melhor compreender e explicar a situação e a vida de inúmeras cidades paulistas, principalmente as da Depressão, como é o caso de Araras. A maior ou menor utilização dos recursos naturais oferecidos pelos solos, ao lado das contingências nacionais, explica toda a evolução da cidade de Araras, isto é, o seu progresso e a suas vicissitudes."
A área em que o núcleo urbano foi iniciado, aproximadamente em 1862, com a construção de uma capela destinada à Santa padroeira do município, apresentava-se com solos menos férteis, onde se formou um pequeno aglomerado de casas de colonos e mais tarde as ruas foram sendo traçadas conforme tabuleiro de xadrez, ao longo da estrada velha que ligava Limeira a Pirassununga. A descrição das características físicas ou da paisagem da área urbana, segundo CHRISTOFOLETTI (op. cit.) consiste na ocupação de "... uma série de colinas suavemente onduladas, talhadas em folhelhos da formação Estrada Nova. Estas colinas suaves, de topos regularmente planos, são áreas boas para o crescimento e desenvolvimento urbano. Entre as colinas há a presença de várzeas, inundáveis na época das cheias. O núcleo urbano ararense surgiu numa colina que serve de divisor d'água entre o ribeirão das Araras e o Furnas, seu afluente."
Com base no levantamento geológico do IPT(1981), resumidamente pode-se dizer que a cidade apresenta rochas formadas em ambientes deposicionais e rochas intrusivas básicas. A formação mais antiga data do Período Carbonífero e Cretáceo Inferior.

Mapa topográfico, hidrográfico e do solo.
Fonte: Casa da Agricultura de Araras.

Conforme MATTHIESEN (1990), pode-se descrever resumidamente o clima desta área como sendo do tipo Cwa (proposta de Köppen), que significa mesotérmico de inverno seco com verões quentes e estação chuvosa no verão. As médias pluviométricas estão em torno de 1.472mm por ano, enquanto a temperatura média máxima anual é de 27,62°C e a mínima anual é de 14,4°C.
Atualmente as áreas urbanas mais próximas dos ribeirões das Araras e das Furnas encontram-se completamente urbanizadas, com possibilidade de expansão da cidade em sua Zona Leste, ainda nas margens do Ribeirão das Araras. Durante a estação chuvosa de todos os anos, estes ribeirões normalmente provocam enchentes nas áreas de várzea (hoje asfaltadas) da cidade e onde há o encontro do sistema de águas pluviais urbanas. Esta é uma das preocupações mais antigas da cidade com relação à questão ambiental e qualidade de vida da população. Devido a este aspecto físico da cidade que acabou por caracterizar o desenvolvimento de seu traçado urbano, foram realizadas várias obras de engenharia nestes cursos de água na intenção de sanar os problemas por eles ocasionados.
No início da década de 70, foram realizadas obras de retificação nos leitos dos ribeirões, com o aprofundamento e impermeabilização de seus talvegues, impermeabilização e expansão de suas margens para vinte e um metros, e alinhamento de seus traçados (corte de meandros), modificando sua dinâmica natural com o propósito de melhorar o escoamento das águas e o extermínio de focos de insetos. As obras necessitam de revisão constantemente, pois desde esta época a cidade não parou seu processo de crescimento, aumentando a quantidade e a velocidade das águas pluviais que chegam até os ribeirões. Atualmente, pode-se dizer que o problema das enchentes na área central está parcialmente resolvido.